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O amigo Trupão

Papinazo certo dia encontrou o seu amigo Leão Trupão e disse “ela já está no papo”.

— Era pra ser… Era pra ser!

— Como assim? — esbravejou Papinazo.

Leão Trupão é o apelido de Benício Francesco. Leão porque é torcedor do Sport Recife, o famoso “Leão da Ilha” e Trupão é um engano, visto que à época queriam chamá-lo os seus amigos de Tufão.

Benício Francesco era daquele que falava tudo na cara, na fuça mesmo. Era assim amado por uns e odiado por outros.

Disse a Papinazo: “Ela até parece a Meretriz da Babilônia. E o pior é que ela manda em você”.

— Que nada. Ela é uma mulher que gosta de respeito e se dá o respeito. Mas nem por isso deixo-a mandar em mim — pugnou Trupão, enquanto fixava o olhar para o começo da Rua do Cangote.

Os amigos estavam falando de Carlota Jurema. Mulher formosa e de meia-idade, era objeto de desejos libidinosos no bairro onde morava.

Por onde passava arrancava muitos assobios e gerava outros atos patriarcais. Possuía pernas mais truculentas do que um garote, afirmavam alguns sem perceber o preconceito eivado na linguagem.

Carlota Jurema ao se aproximar de Papinazo o olhou com afinco e falou:

— Vermelha ou preta?

— Ah…? — se manifestou.

Convencido do que o amigo havia falado antes, Trupão pugnou ao amigo: “vermelha, vermelha, cara”.

*Conto da Série “Os dramas de Papinazo”, publicado, originalmente, em 10 de dezembro de 2018.

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