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Os 93 anos da Escola Aristheu de Andrade e o rompimento do vazio educacional em terras cabanas

Se passaram quase 100 anos para a primeira escola pública ser inaugurada no território onde ocorreram os conflitos da Guerra dos Cabanos

Neste dia, 28 de janeiro de 2025, a Escola Estadual Aristheu de Andrade completa 93 anos de existência. A instituição escolar recebeu, em 1932, quando inaugurada, o nome de um grande poeta alagoano do final do século 19 e começo do 20, Manoel Aristheu Goulart de Andrade.

Aristheu de Andrade estudou e ensinou pedagogia no Liceu Alagoano, começou e não concluiu o curso de medicina na Faculdade de Medicina e Farmácia da Bahia. Se formou em Direito na Faculdade do Recife, trabalhou na Secretaria de Polícia de Alagoas e foi promotor de justiça e procurador da República. Foi deputado federal e jornalista.

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Manoel Aristheu Goulart de Andrade (1878-1905). Foto: Reprodução

Teve como irmão Euzébio Francisco de Andrade, que nasceu na Fazenda Macuca, zona rural de Colônia Leopoldina. Euzébio de Andrade foi deputado federal, senador da República e também jornalista.

A Escola Aristheu de Andrade foi a primeira instituição educacional que o Poder Público do Estado de Alagoas promoveu na jovem cidade de Colônia Leopoldina. Como se sabe, a história de Colônia Leopoldina começa em meados do século 19, quando foi instalada a Colônia Agrícola e Militar Leopoldina, com o objetivo de expandir a empresa açucareira e controlar um território historicamente subversivo.

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Escola Estadual Aristheu de Andrade. Foto: Reprodução.

O fim da Guerra dos Cabanos, cujo epicentro foi o território onde atualmente a cidade de Colônia Leopoldina se encontra, se deu em 1835. Para controlar a população de “facínoras” que habitava as Matas do Tombo Real, além da atalaia permanente e da coerção jurídica, o vazio educacional se estruturou como mecanismo de controle.

Para as elites dominantes não havia razão para promover a educação no território historicamente rebeldes. O recomendado, nesse contexto, seria punir aquele território, não provendo a sua população de educação básica.

Este castigo, digamos assim, só vai acabar em 1932, quando a Escola Aristheu de Andrade é inaugurada.

Parabéns ao Aristheu de Andrade e aos seus profissionais (do passado e atuais).

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